Já partiu o trem da desilusão;
E nele está meu coração;
Pelos trilhos da vida;
Paralelas que não se encontrarão;
Um pensamento que fica;
Perdido, sem direção.
A insônia machuca a memória;
Que lembra da mesma história;
De outros tempos de glória;
Que nos brindavam com vitória.
O amargo desce pela garganta;
O choro não mais espanta;
Uma vida que desencanta;
No trem da desilusão a velocidade reduz;
Somente pelas frestas se vê luz;
E o passar do tempo aduz;
Que nem todo ouro reluz;
Solidão...Só lhe dão...Solidão;
Cantou uma vez o João
E no trem sigo sozinho com minha confusão;
Esperando a última parada na imensidão;
Nos confins da redenção...
Até lá tem muito tempo, pra pensar e refletir;
Até o trem ir pras estrelas;
É preciso seguir;
Um dia de cada vez, sem parar, nem desistir.